Pego uma viola E andando na mata, eu falo com Deus Canto e agradeço Ela diz que gosta do som da viola Digo que importante Essa natureza pra mim e pros meus E ele pergunta Pelos passarinhos que estão nas gaiolas A vida vive em cada fonte, em cada folha Quem não se encanta com canto do sabiá Pois será no fogo, a espingarda, nem na foice Nem no deserto que nosso futuro vem germinar Um gralha azul Levando sementes lá não sei pra onde Um sabiá coleira Convida um canário e vem cantar pra mim Bem-te-vi no cedro Canta pra parceira que ao longe responde E eu maravilhado Vendo aquele mundo tão grandioso assim Um quati, um passo Vem fazendo a rota de mato pra o outro Ouço a voz de Deus Na prosa em família de dois colhereiros Então agradeço As matas, os bichos, as flores e os potros E esses passarinhos Com diversos cantos iguais cancioneiros