Bordoneio das ausências a viola dos meus sonhos E me faço estrela e chão e em rimas me componho E sou canções de ninar nos rancho pobre e quinchados Sou acalanto e ternura na s dores dos desamados Sou voz do taura sem voz que de cantar ficou rouco Amanso as cordas do pinho pras prostitutas e loucos Sou simples como os bem simples, não cultivo desenganos Os meus versos são rebenques nos ouvidos dos tiranos E chicoteando consciência sei que agrado e desagrado A terra quanto mais dura mais precisa de arado Sou fibra de guerrilheiro nos confins do continente Sou eco dos que tombaram lutando por nossa gente Sou mescla de muitas ânsias no meu cantar decidido Para que o pão, o rancho, a terra, sejam melhor dividido Sei que sou como bordoneiros uma a mais na sinfonia Que no entrevero da luta que a liberdade se anuncia