Quando o Sol, tomba na tarde nos confins do meu rincão A noite traz na garupa uma enorme solidão A tristeza logo chega fazendo a alma dolente É uma saudade danada pisa o coração da gente Na imensidão destes campos onde a quietude ainda existe A solidão e a saudade fazem a gente cantar triste Ao som da viola parceira afugento os meus queixumes Vou buscando a inspiração no lume dos vaga-lumes La no alto a estrela guia me dá força ao pensamento E o verso vem de a cavalo no choro triste do vento Uma coruja agourenta olhar aceso e quebranto Por gostar da solidão vem se amoitar no meu canto E a Lua sempre variada solitária e sem abrigo Por não ter com quem prosear então vem matear comigo Perguntei pra Lua cheia porque, que a saudade chora A tristeza nos machuca e a solidão nos devora A Lua não respondeu e se foi na escuridão Deixando um clarão no céu na forma de um coração