Quando a manhã pousa seus raios na janela Sombras tão lindas beijam hastes coloridas Vem um perfume com ares de primavera E o Sol espera pra trazer a luz da vida As pitangueiras choram lágrimas de orvalho E entre os galhos o revoar dos passarinhos Em alaridos e gorgeios de alegria Saudando o dia que chegou nesses caminhos Um véu de noiva cobrindo o topo dos cerros Quando um cincerro soa triste nas canhadas Nesta moldura que repousa na janela Eu vejo aquela minha terna namorada As verdes matas tem as cores mais escuras Como esculturas nas pedras de paredão Águas deslizam formando um imenso véu Partes do céu fugindo da cerração A cor cinzenta das geadas das invernias As manhãs frias me maltratam sem piedade Jamais afasto meu olhar daquela estrada Vem minha amada vem matar esta saudade