Velho angico missioneiro bem na frente da porteira Que muito serviu de sombra pra viajante carreteiro Num gesto curvo e elegante, alto, forte e sem luxo Mandando passar pra adiante bem como faz o gaúcho Esse angico que lhes falo nasceu na beira da estrada Sem galhos muito deu brasa pra muito fogo de chão Esquentou muita água fria pra servir o chimarrão Também serviu de argumento pra alentar o coração Quem conversar com esse angico Dá impressão que responde Vindo a voz não sei de onde Mais eu sinto que ele fala Mas eu sinto que ele fala Seu tronco furado a bala E algumas lãs de pelego Guardando ali os segredos De muitos gaúchos maulas De muitos gaúchos maulas Mas agora velho angico só a saudade ficou Mas pra minha lembrança que o tempo não apagou Velho angico missioneiro desta terra quem que nasci Que fez parte d aminha vida dos meus tempos de guri