Num rancho bem simples fiz minha morada Que é guardada na história de um brasileiro Que um dia cansado do tranco da estrada Largou do cavalo e foi ser violeiro Do alpendre olha a tarde no fio do horizonte Em logo namoro com o entardecer Se a noite me traz a saudade em reponte E pego a viola e espanto o sofrer No grito dos grilos o tempo a passar No toque dos sinos a Ave-Maria Se o Sol de passagem me deixa o luar Ponteando a viola clareio outro dia Se as velhas paixões ou amores de outrora Aos bandos se assentam as voltas das casas Me faço viola e no braço do vento Dou uma volta no tempo que viola tem asas O ipê me revela da mata os segredos Que o vento sussurra pra noite passar São tantos mistérios, tamanho os meus medos Que abraço a viola e me pego a cantar O canto das águas na sanga a correr Murmura saudade e faz recordar E á tanta lembrança, tão pouco viver Não fosse a viola me punha a chorar