Sincronizo, no micro improviso Preencho o vazio com a voz desafio Este é o combustível Tenacidade! Isso é imprescindível! Houve dias bons, menos bons e dias daqueles 24 horas para mim 24 meses Em que rimei para esquecer Não esqueci, fingi Que os amigos permaneciam a um passo de mim Que não me isolava em quase todos os cantos da escola! Mano, quando havia grupos, nunca era posto de fora! Fingir que estava tudo bem Que era ninguém, mas, mano, eu sempre fui alguém! Ok, não sei, mas acho que devia ser invisível Temível, presença quase despercebida Logo nunca contei ou partilhei a minha vida! Mas não esqueço! Tinha a meu lado uma família Quatro pessoas como nunca vi unidas Mana, Mãe, Avó e Avô São a origem, a razão e o porquê da minha escrita! Quem me quis mal vê agora onde ele chegou Não vales nada, afinal vê o que ele criou! Quando poucos acreditaram, ele acreditou! Tá no gene, o rap é o meu ADN! Quem me quis mal Não vales nada, nada Ele acreditou! Tá no gene, o rap é o meu ADN! Aquele miúdo, este miúdo fora d'hora Há quem agora, muito embora, perceba todo o esboço, cada letra! Fiel à tinta da caneta Só mesmo quem luta e não espera que aconteça! Compreende, fiz frente a gente doente! Ok, Nina, transcende, sorri, e vai em frente! Vês-me aqui porque venci Não preciso de pretexto nem o texto cabe em mim! Eu tenho a minha raiz, eu sei donde vim E é notório que me esforço até ao fim! Não ignoro, discordo, funciono assim! O caminho é obscuro? Tenho a luz comigo! Chama-se voz, pois em mim eu acredito! Não vás por aí, eu arrisquei! Nina é o meu nome (eu arrisquei!) E rapper, e rapper, e rapper, com orgulho, serei! Quem me quis mal Não vales nada, nada Ele acreditou! Tá no gene, o rap é o meu ADN! Quem me quis mal vê agora onde ele chegou Não vales nada, afinal vê o que ele criou! Quando poucos acreditaram, ele acreditou! Tá no gene, o rap é o meu ADN! Que conste Pensei mais longe Vi mais longe Fiz do amanhã o dia d'hoje!