Por ser cantor e poeta fui procurado uma vez Por um cidadão já grisado, muito educado e cortes Pediu que eu fizesse uns versos, e os versos o poeta já fez Não vou revelar seu nome A história daquele homem eu vou contar pra vocês Já fui homem de dinheiro tive uma vida abastada Por ser rico fazendeiro pra mim não faltava nada Carros de luxo importados, e uma estância bem cuidada Cavalos de puro sangue e oito mil bois na invernada Dizem que eu nadava em ouro por ser rico fazendeiro E levar a vida frouxa por ser um homem solteiro Rodeado de mulheres e de muitos companheiros Foi assim por muito tempo enquanto eu tinha dinheiro Amante das carreiradas e dos jogos de baralho Nessa vida desregrada eu não ligava pro trabalho Sempre vinha algum parceiro, fulano me quebra um galho E o dinheiro foi sumindo que nem água no cascalho E quando eu me dei por conta já estava endividado Hipotequei a estância, vendi os cavalos e o gado Mais tarde perdi o resto na mão dos advogados E os meus amigos sumiram depois que eu fiquei pelado Amigo do dinheiro Hoje os trabalhos que eu passo sem que ninguém advinha Pra defender meu sustento tenho que dobrar a espinha Mas eu porem reconheço que a culpa toda foi minha Pois não soube conservar aquela fortuna que eu tinha E do resumo da história em que juízo agora me sobre Fortuna que posta fora a gente logo descobre Que não se adquire mais, nem que se espiche e se dobre É uma experiência triste Ser rico e depois ser pobre