Fazenda de Biguaçu O lugar onde nasci Tenho sempre na lembrança As coisas que lá vivi Os banhos de cachoeira As pescas de lambari O cantar dos passarinhos Sabiá e bem-te-vi O carro de boi cantando No eixo e nos cuicãos Levava a mercadoria Que era nossa produção Ficou no peito a saudade Lembrança no coração O Redondo e o Barroso Eram os bois de estimação As portas da nossa casa Fechavam só com tramela As paredes foram feitas Com madeira de canela Pra falar com a namorada Ia até na casa dela Sempre tinha alguém por perto O pai ou a mãe de sentinela A vida daquele povo Era muito diferente Se comprava e vendia Sem precisar de documento Sinceridade e respeito Pairava naquela gente Que plantava e colhia O seu próprio alimento Eu era ainda criança Quando fui na capital Cidade de Florianópolis De beleza sem igual Vi a ponte Hercílio Luz O nosso cartão postal E a figueira famosa Em frente à catedral O meu irmão mais velho A gente chamava maninho Nós cantava e tocava Violão e cavaquinho Animava as festinhas Dos parentes e vizinhos Mais tarde nasceu a dupla Remanso e Remansinho