No dia-a-dia da estância quando enfreno pra lida As léguas são mais compridas ao se dizer campo afora Com o tinido da espora componho coplas ao tranco Pra demonstrar quando canto o campeirismo que aflora Tordilha, negra, cabana, de "visitá" o chinaredo Guarda consigo segredos da doma e do arrocino Sabendo por próprio tino que se do boi cruza o rastro Há um taura firme nos bastos e um laço no seu destino De a cavalo sigo ao tranco assoviando uma milonga Remoendo coisas da vida pra outros dias que vêm Repontando algum anseio desgarrado do rodeio Ou da ternura de alguém Nas lidas manejo o freio conforme a volta do dia A repontar melodias e os mais terrunhos floreios Seja num simples ponteio de um pica-pau na tronqueira Ou num clarear de boieira quando a noite se anuncia E ao findar outro dia de talareio de esporas Repouso a esperar a aurora pra encilha de um bom cavalo Pois a estampa que falo de gauchada campeira Se encontra lá na fronteira milongueando campo afora