Um boi se desgarra da tropa que estende E vira a cabeça direito ao capão; Convido o cavalo que, pronto, me atende E sai, arrancando capim e torrão... Assim, corto o rastro do boi que se apura E o laço, certeiro, me voa da mão; Se alinha nas aspas, a cincha segura E o flete conhece o serviço do peão... É doce de boca, domado a preceito; Do andar das crinças e até do patrão; É manso e tranqüilo, mas sempre de jeito Se acaso lhe toca correr boi gavião... Então desencilho o crioulo gateado, Que chega, faceiro, por ver o galpão... Enfim, resfolega de lombo suado, A lida cumprida e as rédeas no chão... É o pingo crioulo que segue na estrada, Bandeira do pago, fiel tradição; Heráldico flete que, pelas manadas, Resiste tal fosse um gaudério brasão! São esses cavalos que a vida nos leva, Heróis esquecidos nessa evolução, Parceiros de campo que o tempo maleva Reponta em silêncio, além do rincão!