Conceitos de liberdade meramente abstratos Legitimam o projeto de exploração Gota a gota, a diligência é instilada no olhar E transparece vulnerabilidade iminente e a alma agora sensível Desse regato, novas compreensões florescem E a apatia não parece ser possível! Quão complexas são as razões de ser dos nossos laços? E a ambivalência que eles carregam? No sopro do tempo criação e destruição se lançam Com vigor adornamos a realidade pra não encarar o desamparo que a sua nudez revela! Ao longo da margem semblantes amargos compõem o retrato Nas malícias da vantagem, esboços a desabrochar são enterrados Sobre a paisagem, a morte se antecipa em sua dança Existência reduzida a linha de produção As carcaças marcham com o rosto afundado nas mãos Sem amor empilhando a dor A ilusão da completude mediada pelos meios digitais É absorvida pelas fendas que fazemos de abrigo Sob a luz do progresso se atualiza a negação dos prazeres carnais Ao longo da margem semblantes amargos compõem o retrato Nas malícias da vantagem, esboços a desabrochar são enterrados A morte é o motivo pelo qual corre a vida Nas ruas amorfas de cheiros estranhos ela segue a passos largos Mas quando vazia de sentido, pode encontrar nesses braços gelados seu alívio Pra longe desse lugar