Tenho saudades de uma infância que lá vai Bem recordada com histórias sem ter fim E quando lembro a minh’alma se distrai E o coração vai rindo dentro de mim Com uma calça remendada e pés no chão Ai quantas vezes armado em jogador Jogava à bola, dava pontapés em vão Lá iam unhas, ficavam feridas e dor (Refrão) Mas que saudade desse tempo cheio de cor Que me inspirava a fazer tudo o que eu fiz Não tinha nada mas nunca faltava amor Era mais pobre mas era pobre feliz Tempos difíceis que ás vezes nem sopa havia A não ser couves a nadar num taxo escuro Ai nesses tempos quantas vezes se comia Manteiga branca num pedaço de pão duro Fase na vida que o tempo nunca apagou E deixa rastos p’ra agora poder lembrar Houve injustiças e até fome se passou Mas até isso me faz bem ao recordar (Refrão) ——– Com raparigas bonitas também brinquei E até as casas lembro com elas brincar E quem diria que uma das que sempre amei Anos mais tarde comigo vinha a casar Ao recordar esse passado até me espanto Ai que saudades quando vem a nostalgia E estas quadras tão pobres que aqui canto Também são parte da minha biografia