Um céu de domingo Uma estampa de pingo E um gaúcho indo pra ver seu amor Melena aparada De bota lustrada Se vai pela estrada ao encontro da flor É dia de folga, de pôr pilcha nova, de ir pro bolicho e de namorar Um cuéra também tem esse direito pois não é defeito o gaucho amar A linda espera com mate jujado, vestido rendado e um bolo que fez E quem vem de longe pra matar saudade chega ter vontade de ficar de vez As horas se passam Os dois se abraçam Pra estrada o picaço vai ter que voltar Sabendo que o dono Vai perder o sono Pois vai sem entono, louco pra ficar Um adeus na porteira, um último aceno, o pé no estribo e o dia se foi Sem olhar pra trás vai remoendo ânsias, voltando pra estância, pra lidar com boi Fechando um baio assoviando um xote no tranco do trote que o picaço tem Um índio campeiro, de novo na estrada, pra rever sua amada domingo que vem