Poncho molhado, o olhar na tropa E no horizonte Vai o tropeiro, devagar, estrada a fora A chuva encharca, está chovendo desde ontonte Doi dentro d'alma, esta demora Irmão do gado, ele se sente nesta hora E o seu destino, também vai, neste reponte Igual a tropa, neste tranco, estrada a fora Sempre encharcado de horizonte A tropa segue, devagar, mugindo tonta Talvez pressinta que seu fim É o matadouro E o tropeiro, entristecido, se dá conta O boi é bicho, mas tem alma sob o couro O boi é bicho, mas tem alma sob o couro