(Isso é só um pouquinho do que eu sei fazer) Aí Inimigo número um do estado, todos aqui se sentem Carlos Marighella Foi lendo, que eu entendi que o estado, não permitem que livros entram na favela Na favela, eu entendi que o estado, tá zero preocupado em acabar com a guerra E na guerra, eu entendi que o estado, programa seus soldados para lucrar com ela Vários amigos meu morreram na minha frente Por isso que eu rimo com tanta pressa, eu cansei dessa merda O que acontece com meus semelhantes, a todo instante, basta olhar a janela e ohar pra fora Um nego cintilante pra polícia é um sentinela, a farda mata e não sente nada Mata inocente e nada que eu disser muda o problema Mas nóis tá pra mudar isso Pode pá que nóis tá pra correr o dobro Nunca faço verso omisso, só verso míssel teleguiado pra virar o jogo! Tô de lacoste mas nunca ajo na crocodilagem Hoje o poste tá mijando no cachorro Metade desses manos levantou e cuspiu no sonho e agora tô fazendo todos se sentar e engolir o choro Minhas espadas são rimas, esse é o Z de Zoro, Z de Zika Nós de novo, quem é se identifica, vem de encontro nesse jogo que eu desconto o ponto, T toco do Zion Williamson A linha de soco, minha caneta é o Maguila, sua defesa é Maguire, minha defesa é lá em cima Vim do esgoto sou Leonardo da Vinci, sou poeta no topo! Cê me entende, lil nigga? Eu já imaginei eu rimando tantas vezes nisso, tantas vezes, tantas, tantas, tantas Que hoje eu rimando nisso eu nem acredito, é sério! Parece até clichê, tá ligado? Cê precisa acreditar em você, cuzão! Mas eu sabia, eu sabia que era pra mim Se um dia você pensar em desistir, respira e olha pra mim Que comece essa porra! Em dois mil e dezessete, eu encontrei no rap a força de mim, um homem Eu lembro de pessoas que me queriam por perto Eles sabiam que essa merda me levaria longe Há sete anos atrás eu tinha treze, dreads, meses de rap e já rimava igual gente grande Sete anos depois eles gritam meu nome, porque eles sentem que eu tô rimando com a mesma fome Você foi humilhado, entendeu o que nós sente? Eu fiz tudo, de tudo, de tudo, de free No meu Jardim das Flores, eu plantei a semente, eu fiz tudo, de tudo, de tudo, de free Minha fã base diz que eu sou o goat, mas o único goat eu chamo de Big Mike, o underground Conheci meu nome, nas Ruas de São Paulo, eu dei tudo de mim Eu conheço a Norte, igual conheço a Leste Meu cash, são racks, on racks (aham) Sou ref, da ref, da ref, da ref Sou peste, sou praga do Oeste (aham) Eu tô nesse jogo, esse ano faz sete, são sete, mais sete, mais sete (aham) Eu vim de GR, GR, GR, lenda de GR, GR (aham) Acorda e ler um Salmo, antes de voar lembra de alçar o voo E lembro de quem salvou, lembro de quem fechou, esqueci quem gorou (yeah) E pra geral, um forte abraço, eu escrevi esse verso há uns quatro anos, brisando dentro do quarto Se esse é meu perfil, fecha no meu melhor lado (yeah)