Posturado e calmo como sempre eu tô Não ligo pra o que falam, eu sei do meu valor Ando sorrindo, mas é claro que eu não sou otário Eu nunca rendi pra ninguém, sempre fui bem-criado Abaixa minha cabeça só se for pra coroa E pro meu pai que tá no céu que não me deixa à toa Não gosto de incentivar a tal da violência Mas é que toda atitude gera consequência Não mexe no que é meu, faça sempre o seu Conheci vários que era pra frente e já morreu Vários tão revoltados a culpa é do estado O jovem negro da favela sempre é mal falado Eles apoia o errado e condena o certo E nessa história quem tá lucrando é o cemitério Passando na TV em rede nacional Um jovem negro sendo chamado de animal Ainda querem que eu me cale E ache normal o preconceito e a desigualdade racial Eu sei que a justiça vem, vem na hora certa Mas enquanto ela não vem nós declaramos guerra Não posso me calar Resistência na terra enquanto houver desigualdade haverá guerra Não posso me calar Resistência na terra enquanto houver desigualdade haverá guerra Não posso me calar Resistência na terra enquanto houver desigualdade haverá guerra Ando na rua atividade Deus é o meu guia Vários falando da minha vida, mas só que ela é minha Se eu não fosse tranquilão, não fosse inteligente Eu já teria passado um montão de gente Que Deus me perdoe e me dê a sabedoria Pra eu poder saber lidar com essa covardia Só quero entender tu é melhor em quer Tu acha que na vida só tu que pode vencer Branquinho de olho azul vejo bicho nenhum Sou favelado, minha raça enfrenta qualquer um Pra eles um negro na vida nunca vai vencer E quando vence eles acha que tem que morrer Sou da favela, tenho orgulho da minha quebrada Firme e forte, nós tá aí pra qualquer parada A favela avança nós que domina a pista mais paz Mais amor e menos racista Não posso me calar Resistência na terra enquanto houver desigualdade haverá guerra Não posso me calar Resistência na terra enquanto houver desigualdade haverá guerra