Um querer à Cândido Misturado com Tarsila do A Num cenário de cores e marcos Sobre o vão daquela avenida farta No contorno dos rostos, negros corpos A tensão de tantas vidas, quais? Desse líquido tempo moderno Postado em horizontes geométricos e azuis Ou dos tons cinzas em curvas, na solidão de quem vê Do marrom turvo da enxada, ao surpreso olho em entender, o quê? A denúncia e o tormento Das pinturas aos meus versos nus Pé descalço e lamentos, secos ventos Natureza em dias violentos e crus Barco andante da arte, falante Dos breus e museus dos meus Brasis, quais? Desses lugares que andamos, e amamos Sob os pincéis das nossas retinas para o mar E veem ao porto atracar, retratos de esperança no olhar Com inquietude traçar, planos e dramas pincelar no ar Um poder à Cândido Lado a lado a Tarsila do A Na figura do artista, que se inspira Lavando a alma desfaz o fetiche que está Em meio às bordas dos quadros, pintados Nos significados dos seus traços, quais? Arquitetados em vidros, discretos Verticais e presos ao concreto que vai Até a minha e a sua inventividade humana De soerguer e desnudar, de sentir e revelar o amor e a dor