Estrada deserta caminhos do ontem Por um longo tempo viu meu caminhar Pinguela caída córrego sem vida E o curral de taboa de jacarandá Restinga de mato ao sopé da serra Pedaço de terra onde me criei Lembro emocionado a simplicidade Aqui na cidade não me acostumei Cada vez que chove o cheiro da terra Me faz reviver o jeito do sertão O vento batendo nas folhas das plantas Sinto o descompasso no meu coração A fornalha velha chapa de três furo A chaleira preta de passar o café De manhã bem cedo a gente levantava Pelas quatro e meia já tava de pé A vacada mansa berrando no pasto Pássaro cantando dava gosto ouvir Na água da bica onde eu lavava o rosto Enchia a cabaça antes de sair Eu comparo tudo e fico envaidecido Hoje na cidade agradeço a Deus Foi lavrando a terra que arranquei os frutos Pra dar o futuro para os filhos meus