No aconchego do galpão Entre o mate e a fumaça Onde meu pai chimarreou Nem noto que o tempo passa Na minha volta a cachorrada Borraieiros igual o dono Meus amigaços de lei Me protegem mais que um rei No reinado do seu trono Com a proteção das alturas Vou saboreando o amargo Entre o canto do galo E o relincho do cavalo O gado berra na invernada Querência a dentro se estende São vozes da madruga Que só o campeiro entende Depois de escorar a cuia É hora de escorar o bucho Corte bueno defumado Pra reforçar o gaúcho Tem mandioca e tem torresmo Nesse gaudério ritual Momento que o índio bagual Se encontra com ele mesmo Igual farquejar uma canga Pra garantir meu sustento Pelegueado pelo tempo Ali eu ajusto os tentos Para meu resto de vida Me volto ao pai soberano Também farquejo meus planos Pra continuar nessa lida