Perdi meus olhos no espelho da aguada Numa madrugada cinzenta, de verão Tive a impressão de navegar no aguaceiro Junto ao pesqueiro do rio do meu coração Calou fundo, essa emoção, no meu peito Me fez voltar aos meus tempos de guri O meu caniço de taquara era perfeito Quando eu pescava, pro meu pão, uns lambaris E foi assim (e foi assim) E assim será (e assim será) Feliz de mim que tenho um rio para pescar E foi assim (e foi assim) E assim será (e assim será) Feliz de mim que tenho um rio para pescar Sou descendente dos sete povos missioneiros Eu sou herdeiro da minha pampa xirua Sou um mestiço de fé, sou um guerreiro Eu sou o campo, sou o povo, sou a Lua Nosso dever é salvar a natureza Eu vou deixar, no rio, a minha inscrição Pra que meus netos, um dia, possam pescar E preservar espécie em evolução E foi assim (e foi assim) E assim será (e assim será) Feliz de mim que tenho um rio para pescar E foi assim (e foi assim) E assim será (e assim será) Feliz de mim que tenho um rio para pescar Feliz de mim que tenho um rio para pescar