Curitiba, sua linda Com essa cara de quem não conta segredos Frio na alma, fogo no asfalto Mistura de mate amargo e abraços apertados Cidade que fala baixinho Mas pensa alto Onde o sol aparece por educação E a garoa se convida pra ficar Na praça, o tempo senta Nas árvores, o vento toca chorinho Tem poeta na rua, grafite nas ideias E um povo que inventa caminho Curitiba tem um quê de saudade Mesmo quando a gente tá aqui Tem curitibano, tem curitiboca Tem amor pra quem souber ouvir Cidade que planta poesia em canteiro E colhe silêncio de madrugada Onde até o concreto tem jeito de arte E a pressa anda devagar na calçada Curitiba, sua linda De coração fechado e alma escancarada Você é um poema que se esconde no tempo cinzento E se revela quando a gente mais precisa de nada