Me perdi nas curvas, sinuosas e fatais Como estrada sem mapa, entre sombras e sinais Ela é tempestade, um vendaval sem fim Uma dança no escuro, puxando pra perto de mim O olhar dela é fogo, queimando sem dó Me enreda em silêncio, em um abraço só Nas curvas daquela mulher, me perco e me acho Cada passo é um risco, um doce descompasso O mundo gira, e o chão desaparece No encanto dela, tudo que é certo esquece Ela tem um mistério que nunca revela Cada palavra é enigma, que me prende e me cela Na brisa da noite, sinto o cheiro da sua pele Um convite de perda, onde o desejo fere A voz dela é suave, mas o toque é voraz Em seus braços, sou prisioneiro em paz Nas curvas daquela mulher, me perco e me acho Em cada sorriso, um segundo que escapo O mundo gira, mas ela é minha direção Um labirinto sem saída, onde pulsa o coração Seus lábios são veneno, que bebo devagar Em cada beijo, um segredo a me afogar Ela ri do meu jeito, me deixa sem ar É um jogo, eu sei, mas não consigo parar E, mesmo sabendo que posso cair Em cada curva, vou até o fim Nas curvas daquela mulher, me perco e me acho Meu desejo é estrada e ela, meu embaraço O mundo some, e o chão se desfaz Só restam as curvas, onde o amor é voraz Então sigo sem rumo, perdido e entregue Nas curvas daquela mulher, onde o blues me persegue