Ela nasceu no meio do nada Entre pedras, vento e chão rachado Sem promessa de chuva ou bonança Mas com uma vontade que queimava no fardo Ninguém apostava no seu florescer Mas ela dançava com o sol ao entardecer E mesmo sem aplauso ou plateia Ela abriu suas cores pra quem quisesse ver A flor que desabrocha na dor É a mais rara, a mais cheia de cor Ela não espera primavera, nem céu azul Ela nasce mesmo quando tudo é cinza e não tem sul É beleza que vem da coragem É poesia bordada na margem A flor da adversidade É espinho e milagre em liberdade Fez do silêncio sua melodia E da falta, sua sabedoria Cada pétala um pedaço de luta Cada raiz, um segredo que a vida escuta Não foi regada com facilidade Mas aprendeu a beber da própria vontade E hoje enfeita o mundo de esperança Mostrando que é possível renascer da lembrança A flor que desabrocha na dor É a mais rara, a mais cheia de cor Ela não espera primavera, nem céu azul Ela nasce mesmo quando tudo é cinza e não tem sul É beleza que vem da coragem É poesia bordada na margem A flor da adversidade É espinho e milagre em liberdade E quem passar por ela vai sentir Que a beleza real sabe resistir Porque o que nasce do caos com amor Carrega em si o perfume da superação e da cor A flor que desabrocha na adversidade É a mais rara, e a mais bela de verdade