Eu sou do tempo que só tinha carta que não tinha e-mail As lembranças era um retrato na parede A água de cacimba é quem matava a sede Eu sou do tempo que palavra valia mais do que qualquer contrato Não precisava de cartório para homem do mato Um aperto de mãos selava o nosso acordo E hoje o mundo mudou e ficou diferente Ninguém a vive mais, vive a vida da gente Aí que saudade de antigamente Eu sinto falta de armar a minha rede na casa de alpendre Sem se preocupar que alguém roube a gente O mundo era saudável, hoje está doente Eu sinto falta de deitar na minha rede e ter minha paz O povo vive em guerra, amor não existe mais Eu vou voltar pro interior, capital nunca mais