Carpado, parca sagui Mercado metendo a mão Em tudo que dá Pro lodo criar Da água preta, moção Em tudo que dá Pro fogo queimar Fumaça preta de Dom Pra preguiça, desespero Para as antas, minha dor De saber que esse cerco Serra a quem ali se por Serra pra Serra Pelada Ter vergonha de não ser Mais a terra mais desnuda Nada muda a escorrer Toda a vida, toda a sorte Todo o povo de um lugar Sobe o toldo, leva a morte Na traseira, a exportar Toda a vida, pelo esporte De sofrer e de sangrar Cada veia, sul a norte Que a corte faz lucrar Ka’amutuma Ka’amutuma Guerra pela madrugada Paz para quando o sol raiar Ka’amutuma Ka’amutuma Sangue escorre pela pela mata Abá morre por lutar Sangue escorre pela estrada Abá morre por falar Autazes, nada pra si Tratado metendo a mão Lá vem o sinal Do ouro hominal Do verde sem proteção Lá vem o sinal Do ouro hominal Do verde sem proteção Para a lama, presidente! Para os trópicos, calor! Para o líder prepotente Bala para quem se opor! Para as terras, o grileiro! Para as matas, o trator! Para a rua, toda a gente Contra o plano de terror! À matéria mais que prima Ao desejo, e mais que tudo À ganância assassina Que domina a quem quer ter A matéria que oprima Num despejo nada mudo De uma ânsia tão acima Da estima e do poder Ka’amutuma Ka’amutuma Guerra pela madrugada Paz para quando o sol raiar Ka’amutuma Ka’amutuma Sangue escorre pela pela mata Abá morre por lutar Sangue escorre pela estrada Abá morre por falar