Sinto um chamado que não é pelo som Vem da mata que descansa distante De lá, os ventos trazem não só pó Mas também a saudade do que seremos Há talvez além de só paz em mar profundo Refugios encantados Saberes esquecidos pelo mundo Um sossego que penetra corpos Uma solidão de mortos que nos importam Não é para o céu que os espíritos vão E sim para o chão onde a água pesa mais Que o cantar das ondas te botes a dormir E que elas não te façam pensar no fim por vir Em litorais onde ainda há verde Jazem placas suspensas que a mente ouve Morras bem sozinha Portanto, estejas bem sozinha Não ouses mais fraquejar a baixo de nuvens Depois do dia que te vi sorrir Com os olhos cerrados e expressão leve Louvei o futuro que pruns demora E lamentei por outros que é breve Ao subir rios pude cumprimentar horizontes E em alto ar, num altar, ouvi bem o som ausente Desafiei Deus e jurou-me que não mente Estou morto Ele me garantiu que a morte é silenciosa E que ai de nós se não buscarmos paz agora