Boot caro, atitude de chinelo É uma enchente, eu comparo, e essa não é culpa do melo A cultura sofre de falta de amparo e em paralelo Eu vejo a carrocinha sendo eleita pelos caramelos It was all a dream, acreditando na viaje De viver do rap, ir pros evento, as vezes, nem com a passagem Ouvindo que o que nós fazia era só chinelage Mas o valor tava no nosso trajeto e não nossos traje Sonhava em fazer dinheiro, óbvio Mas não que o dinheiro se tornasse o nosso próprio ópio Quem acompanha a serie, torceu pelo nosso pódio Que até veio, só que desandou uns episódio Cadê o nosso ódio? Falamos tanto em quebrar as correntes E hoje eles pode até tá quebrado na conta corrente Mas tão congelado no pescoço e nos dente E isso vale mais que gente, somos acessórios, não mais os pingentes Perdemos os elos, na era do ego E de reis auto- proclamados É a era dos cegos! Que não veem nada além do próprio rabo Se acham Deus ou o diabo Desce do salto e calça teu chinelo Pra mim é era dos prego Que se acham martelo de Thor, coitados Tão mais pra marreta do Chapolin Colorado e eu nego Que essa geração deixa um legado ou traz um caneco Juram estar aclamados, mas é apenas o seu próprio eco Não é questão de ser o tio que não entende os new Mas parece que os lil perderam o fio Desde quando deixou de ser sobre nós e virou sobre grills Não é mais sobre ser a voz de um monte é sobre ser a voz com um monte de views E não! Não é a melhor geração meu sócio O quinto elemento era conhecimento e não, negócios Fazer dinheiro é necessário Mas quando é apenas sobre isso MC vira sigla de mercenário Que chinelage Favela venceu Só se for porque passou da validade Isso já foi sobre comunidade Olha a viaje Dizer que essa geração é a melhor É chinelage Agora os MC tá patrão, tão rico porque os cachê tá padrão Wisky escocês, tele de japonês, praia de carrão Se a favela venceu faltou avisar pro seu joão, com a marmita de macarrão E nós tem também festivais nacionais Mas que nem pagam artista regionais, pra poder trazer os 10 mais É o som de favela em eventos nas grandes capitais Só que a favela nem vai, pois não tem tantos reais Quer mais? Que as páginas de rap cheias de reaças Quer mais o que? Pra ver que a cultura tá em ameaça? Quando é tudo sobre tu e não mais sobre nós O problema vai ser só teu quando a gente não ter mais voz Comparo o ra pra á geração PT que também Trouxe acesso a bens mas deixou de explicar de onde vem Ascensão sem consciência é oficina pra liberal Por isso rap capitalista é o novo normal Hoje não é sobre cultura, é sobre capital Quem compra a verdura não sabe o que é capinar o matagal Não é sobre ser o tio chato do hip-hop É sobre proteger o poder de organizar o pobre contra um golpe pop De um sistema que luta contra o que organiza gente Por isso que a direita só desmoraliza a gente Demoniza genes, patrocina agendas Mobiliza agentes E é assim que o sistema desorganiza a gente Por mil conto reagem ao teu som no insta Pra fortalecer os artista que podem pagar à vista E se não acredita só assista Vários que conhece o rap pelo trap são anti-ativista e segue direitista Agora me diz se isso não e uma pista? Nos transformamos nos alvos das próprias críticas Quanto mais consumistas pacifistas, menos comunistas Por isso dizem: Não acreditem na política, são estrategistas Era sobre igualdade, hoje é sobre quem mais tem Era sobre resgate, hoje é sobre sinal de gang Era sobre salvar e me salvou também Mas se tudo for sobre si, aí ninguém salva ninguém Era sobre história, sobre observar em volta Era sobre organizar o povo, o ódio e a revolta Salvou muitos, porque a ideia era ninguém se solta Pensei, nada mais justo que salvar o hip-hop de volta