Era uma vez um relógio Que seus ponteiros perdera O tempo se transformou Numa cruel britadeira Rápida a vida ficou Que até me dava tonteira As engrenagens e molas Foram parar na lixeira O tempo se triturou Dentro da minha moleira Indo veloz pela fábrica Que me causava leseira Após um tempo lá em casa Apareceu no porão Um violão que alterava E o tempo ficava tão Mas tão devagar que quase Parava o meu coração Foi meu avô que inventou Essa engenhoca maneira Que põe o tempo no slow E põe pra fora a cadeira Pra ver a vida passar Eu tiro o blues d’algibeira