Que aqui ninguém nos ouça Ando às voltas com u’a moça Ela é assim linda demais Dois olhos castanhos e fatais Sabe me encantar e seduzir Vez em quando a encontro pela rua Mas às vezes eu não sei se é Ela se movendo A passeio Meio aérea À feição de outra mulher Entro numa espiral ver- Tiginosamente pra alcan- Çá-la qual num filme de ação Só pra ver se ela é real Ou se já não passa de ilusão Acho que a vi atravessar A avenida mas foi impressão Pois vi de reflexo O seu rosto Pelo espelho Ressurgir em outra feição Ai, minha musa, a sua luz me faz pensar Eternamente nas canções Que faço eu Da minha vida sem você quando você Mesma me fala a meia-voz Aquelas coisas De fazer suspirar um solitário coração Todavia vem você Igual às outras Vira e muda de calçada Sem olhar pra trás Ai, minha musa, ao buscá-la eu me perdi Entre palavras e papéis Um passo em falso Agora lá se vão meus pés a flutuar Ágeis suaves ao rés do chão E sinto o seu perfume A me impregnar o pensamento outra vez Mas enfim lá vem você E de cara limpa Me sorri pra um sujeito Logo atrás de mim Eis que volto uma esquina Ansioso atrás da mina E meus pés eu troco pelas mãos Só pra ver se ela era real Ou se eu que errei a estação Na exasperação me exalto: – Espera A primavera não demora, não Pois vi de passagem Seus cabelos Se soltarem À feição de outra moça que passou