Posso ter leveza, mas sem ser volátil Me decifrar não é nada fácil Carrego a calma de quem já sofreu No jogo da vida só quero o que é meu Meus passos são versos de autonomia Escrevo no tempo minha poesia Não sigo scripts, nem me edito Sou alma pura, sou verbo infinito Abandono as normas de estéticas rasas Não me impressiono com frases gastas Sou intempestivo, mas lúcido e justo Se não errei, não me desculpo Detesto o raso, o espelho encenado Vaidades vãs num palco emprestado Olha nos meus olhos, vê meu alicerce Pois com arrogância a gente não cresce Entre sorrisos, confesso verdades Visto coragem, encaro as vontades No pulsar da rua, componho razão Transformo feridas em revolução Entre o espinho e a rosa, entre o caos e o verso Eu me ergo em silêncio, mas balanço o universo