Ela é terremoto sem causa, sinfonia sem pausa e a louça que eu lavo depois do jantar. Ela é a certeza indevida, a data esquecida, é um pedaço de mim de frente pro mar. Sorrimos com qualquer bebida, deitamos, brindando a vida e só dormimos quando não dá mais. Sonhamos coisas parecidas, fingimos nossas despedidas, brigamos, brincando com a paz. Quando eu menos espero, ela deita e chama. Eu me recupero sem lembrar da fama. Quando ela canta no chuveiro depois da cama, eu passo o dia inteiro sem pensar em grana. Faz agosto virar fevereiro e o meu corpo ser teu por inteiro, sem pudor. Faz agosto virar fevereiro e o meu corpo ser teu por inteiro, com amor.