Mesmo sem rumo Eu sigo navegando Ruas e prédios por aí Fantasma ou vapor E mesmo desaparecendo Eu tento te inventar Te refazer sem medos Dedos de amor Pés de saudade Parte que arde em mim Estilhaço do que eu sou Sei que há o risco Do abismo adiante Vir como um trem Na direção Dos meus sapatos Mas sempre que eu fico com medo Fecho os olhos Vejo Você chegar cantando Se aproximando do meu rosto Beijo tão impossível Nada sob a luz Desse poste Por isso mesmo Tão longo aterrizo Fico comigo um pouco mais Até passar a dor E sem pensar rasgo o meu riso Rabisco de batom Ninguém vai ver que eu choro Que eu não sei ver os seus defeitos Feitos todos por mim Nada te traduz Nem de perto