Fui convidado pra uma festa de caretas Mas fiquei lelé da teta quando cheguei no lugar Não tinha rock, samba, pop, nem baião Meu axé, meu afoxé, cheguei com minha opinião Intransigente ao ver tanta gente crente De que um Deus onipotente nos condena por dançar Eu vi messias disfarçados, picaretas! Saquei suas mutretas por debaixo de um altar Onde se via prata, ouro e diamantes Um senhor muito elegante e seu rebanho a minguar Amargamente via o povo assim Carente de um Deus onipresente que só não estava lá Oh, pai! A minha dor é ver que Deus pode ser eu Mas se Deus sou eu e eu sou ateu Fui de gaiato nessa festa chapuleta Sete peles e facetas e pecados capitais Eu pago o pato, pago mico e saliento Só não pago dez por cento Pra você se aburguesar! A besta-fera vendo além das aparências Vê na cara da ciência o olho de quem tudo vê Chorando a chuva que caiu como uma luva Do Japão à Aricanduva, do pari até o Pará Regando a mente coletiva, onisciente Porque Deus está aqui e em nenhum outro lugar Oh Deus está aqui e em nenhum outro lugar Deus está aqui e em nenhum outro lugar Oh Deus está aqui e em nenhum outro lugar Meu Deus está aqui e em nenhum outro lugar Oh, pai! A minha dor é ver que Deus pode ser eu Mas se Deus sou eu e eu sou ateu Quem é Deus?