Se Deus e o inimigo jogaram por minha sorte Minha alma foi penhor, condena-me à própria morte Se desdigo o Salvador e recebo essa aflição É que já não suporto viver essa maldição E se não vejo o Sol, nem tem sabor o que eu como Não é novidade nenhuma pra esse mano Pois quem sente o que eu sinto, vive sem motivo Morre de outro jeito, é como um morto-vivo Afundei no Deméter, crendo em tua salvação Não é a primeira vez, já caí noutra encarnação Olha pra mim, olha pra mim Olha pra mim, olha pra mim Cruzei oceanos do tempo, levei teu nome nas velas Fiz das memórias meu vento, o silêncio virou escala Naveguei promessas rotas, mapas que se desfizeram Voltei de mãos vazias, os portos já não eram teus De pé no convés, sob chuva abismal A promessa sorria, miragem de sal Atravessei o mundo, atravessei teu espelho Busquei por teu amor, encontrei meu desterro Procurei minha Lucy, tomado de luxúria Sorvi cada gemido, sangue doce que me aquecia Mas antes não tivesse sucumbido ao meu instinto Pois buscava minha Mina e perdi o que era lindo Você é muito mais que minha Fênix Azul É a soma das esperas que eu guardei tão cru Mas sem o amparo doce da ilusão depositada Sou Drácula sem amor, sem figura encantada Ousei cruzar os oceanos do tempo infinito E destruído, tornei-me um mito proscrito Escrevo esta canção pra amarrar o que sofri E encerrar a busca que ainda vive em mim Atravessei mares, inexistente, teu nome era a vela Gravei o meu nos oceanos do tempo, sem te trazer de volta Olha pra mim, olha pra mim Olha pra mim, olha pra mim Cruzei oceanos do tempo, levei teu nome nas velas Fiz das memórias meu vento, o silêncio virou escala Naveguei promessas rotas, mapas que se desfizeram Voltei de mãos vazias, os portos já não eram teus De pé no convés, sob chuva abismal A promessa sorria, miragem de sal Atravessei o mundo, atravessei teu espelho Busquei por teu amor, encontrei meu desterro Cruzei oceanos do tempo, a mira da aurora Não trouxe teus abraços, só a carta que chora Quando surgiu no meu caminho radiante Eu vinha de uma noite longa e muito distante Você apareceu, não promessa, nem cobrança Mas sopro de esperança de uma vida que descansa Você foi, sem querer, um bálsamo em minha ferida Foi a faísca que reacendeu a chama esquecida Olha pra mim, olha pra mim Olha pra mim, olha pra mim Cruzei oceanos do tempo, levei teu nome nas velas Fiz das memórias meu vento, o silêncio virou escala Naveguei promessas rotas, mapas que se desfizeram Voltei de mãos vazias, os portos já não eram teus De pé no convés, sob chuva de neon A promessa sorria, holograma de sal Atravessei o mundo, atravessei teu espelho Busquei por teu amor, encontrei meu desterro Você acredita em destino assassino? Que até os poderes do tempo têm seu sentido? Que o homem mais sortudo, e aqui hesito É aquele que encontra o amor verdadeiro, o infinito? Eu, te amo demais pra te condenar E assim, na presença de Deus Entendi como o amor pode nos libertar Do poder das trevas, daquilo que ia nos matar Cruzei oceanos do tempo Levei teu nome nas velas Fiz das memórias meu vento O silêncio virou escala Olha pra mim, dá-me paz