O Sol me acorda, a noite se foi Ouço a mesma música de todas as manhas Ainda descalço eu abro a porta Me esbarro com o dia que me convida a ir Fazer o caminho que ontem eu fiz Pisar o mesmo chão que eu já pisei Entrar na arena outra fera matar Ou senão, quem morre sou eu Cortinas se abrem diante de mim Vivo a mesma cena que eu já vivi Roteiros que a vida pôs em minhas mãos Mais um personagem tentando só viver Comer o mesmo pão que o Diabo amassou Sapo engolir pra existir amanhã Pecar novamente, correr pro altar E outra vez pedir perdão O Sol adormece, a noite chegou Volto pro meu canto bem depois do arrebol Ainda em meus trajes entro no meu quarto Dou de cara comigo que me faz refletir O fogo que queima purifica também A chuva que inunda, rega o jardim O Deus que nos prova também nos ama Seu amor nos mantém de pé