Soneto III

Laurindo Rabelo

SONETO III
 
Geme, geme, mortal infortunado,
É fado teu gemer continuamente:
Perante as leis do Fado és delinqüente,
Sempre tirano algoz terás no Fado.
 
Mas para não ser mais envenenado
O fel que essa alma bebe, e o mal que sente,
Não te iluda o falaz riso aparente
De um futuro de rosas coroado.
 
Só males o presente te afiança:
Encrustado de vermes charco imundo
Se te volve o passado na lembrança.
 
Busca, pois, o da morte ermo profundo:
Despedaça a grinalda da esperança:
Crava os olhos na campa, e deixa o mundo.
Página 1 / 1

Letras y titulo
Acordes y artista

restablecer los ajustes
OK