Um suspiro longo um eco de ausência O ar pesa, mas não cai A realidade é um espelho quebrado Cada fragmento reflete o que escolhemos ver Um ponto no horizonte, sempre em movimento O concreto é o invisível: Um segredo que nos sustenta Um abraço que não se vê, mas se sente Dor Um bichinho, um coração pequeno, batendo contra o medo Exames, cirurgias, o corpo como campo de batalha Reflexo Um corte no dedo O sangue rouxo, cor de mistério, guerreiro frágil, calmo e sério O excesso de amparo, a regeneração como absurdo positivo Uma semana, e a pele se fecha Mas o azul permanece, um fogo que não se apaga Azul que queima, azul que renasce. Fragilidade e força, um só lugar Esse segredo, nosso alicerce infinito, nos sustenta, nos faz voar Ó Dó O bichinho, o coração, o medo, o sangue rouxo, cor de mistério A realidade, um corte que não para de sangrar, mas também não para de curar