Você levou o violão de um seresteiro Levou o amor de quem amor lhe deu Tirou o capitão de um veleiro E colocou-me num barco de papel Rasgou todas as rimas de poeta Tirou o troféu de quem chegou primeiro Esburacou e pôs pedras em minha estrada Gritou que pra você sou nada, nada E nunca dividiu meu travesseiro Ai me bateu na face Me trocou por outro sem nenhum disfarce Ai sem você sou abelha sem mel Circo sem plateia avião sem céu Você pintou o sete com minha cara Brincou, fez festa no meu coração Fez do meu peito casa abandonada Jogou a minha vida pelo chão Sou pássaro sem ninho pra pousar Na guerra um soldado sem fuzil A solidão tomou o seu lugar Sem teu calor pra agasalhar O Sol do seu amor ficou frio