No lugar muito distante Nos confins de meu sertão Moravam dois fazendeiros Mais bravos do que um leão Os dois bebiam cachaça Dia e noite no tonel Era Urutu Cruzeiro O outro era o Cascavel Oh, Urutu, hoje eu acabo com você seu vagabundo! Acaba não, Cascavel! Acabo sim pode pedir bença pro seu pai porque agora você vai morrer Oxente meu pai não tá em casa! Aonde ele foi? Ele fugiu com tua mãe! Ah, ah, ah Eles vivam brigando Todo dia, toda hora Acabando a munição Os dois briguento ia embora Todo dia cedo Eles tornavam a vir No armazém do Seu Joaquim Eles começavam a discutir Cascavel, paga uma cachaça pra eu? Eu não pago cachaça pra ladrão de égua! Ladrão de égua é tu seu fedorento! Cascavel, cadê você? Eu tô aqui atrás do balcão! Então levanta pra engolir uma azeitona! Eu não gosto de azeitona! Uai, e tu gosta de quê? Eu gosto mesmo é de tua mulher! Oh, seu inseto fedido! Lá vai fogo! Certo dia o delegado Resolveu entrar em ação Chamou logo os dois valentes E foi dando explicação Pegue as armas carregadas Vão pro alto do espigão Se vocês não se matarem Eu os levo pra prisão Delegado era valente, era temido pra chuchu! Todo mundo o chamava de cobra Jaracuçu! Já falou pros moradores, vou acabar com esse angu! Vamos ouvir o tiroteio do Cascavel e do Urutu! Pois é, senhor cascavel! Aqui estamos, eu e o senhor no meio das ventania e dos lobo uivando! Dessa vez você não me escapa, eu vou lhe matar, sua lombriga assustada! Tu tá muito enganado, Urutu! Eu não como nada enrolado, não! Pode atirar sua minhoca disfarçada! No outro dia de manhã O Sol nasceu mais bonito Trazendo paz no arraial Para aquele povo aflito Cascavel e Urutu Estava cheio de mosquito Os dois furado de bala Igual tábua de pirulito