Fui dançar numa fazenda Era festa de São João Bem longe, muito longe Lá no fundo de um grotão No meio da barraca tinha um fraco lampião Tocando a oito baixos tinha um baita de um negrão A turma sapateava Levanta poeirão De repente chegou um sujeito valentão Entrou lá na barraca arrastando a espora no chão Já pegou no 38 e foi aquele barulhão O valentão: Não assuste não tigrada Eu sou amigo de todo mundo Gaiteiro...continue tocando tchê Pare, pare! Quem foi o atrevido que deu tiros aqui na minha festa? O valentão: O que é que há Indio Velho? Foi eu que atirei Não, não não...é só pra saber O valentão: Então gaiteiro..continue tocando diabo Quando deu a meia-noite foi aquela confusão O pau quebrou direito era feia a situação O valente pegou seu cavalo alazão Amarrou lá na barraca derrubou tudo no chão Foi tão grande a gritaria no meio da escuridão Alguém já fez o fogo para fazer o clarão Acharam o sanfoneiro lá debaixo do porão E começou tudo de novo na maior animação O valentão: Gaiteiro..continue tocando se não te rodeio umbigo de bala Foi uma festa tão boa que não esqueço mais não Me lembro com saudade daquele bailinho bom O povo era bacana tinha uma fina educação O sujeito valente tinha um bom coração O sol vinha surgindo lá no alto do espigão A festa continuava era grande a diversão O valente bebeu ficou meio boratião Mesmo assim ele falava com seu revólver na mão O valentão: Gaiteiro..toque mais uma se não tu deita na fumaça