Um sentimento vazio Igual um copo de água de vidro Solidão dor e morte É que o vento forte da fonte da dor De onde vem tantos amigos imaginários Onde está o glamour e a honestidade Está no esgoto do abismo do castelo Mais profundo igual uma masmorra Dos sentimentos roubados do amor O que esperar dos meus melhores instintos Se todos estão falidos por falta de empatia Restos de uma insurreição da alegria Ocultamos o que queremos esquecer Na época era um pouco demais pra saber Porque um medíocre fantasiado de palhaço que não fez ninguém sorrir Por mais que o mundo girar e muda de posição as vezes é melhor desistir Ventos fortes, amigos vazios O mundo gira e eu me perco, não vejo os fios Entre dor e ilusão, o que restou de mim? Será que vale a pena tentar, ou é melhor desistir? Se na cadeira está o que sobrou Espantalho de tristeza me acordou Você não vai acreditar no que eu vi Nas notas do final do contrato eu não li Fui cobrado pela falta de entendimento sobre as regras inconstitucionais Na mágoa sem nunca voltar atrás os santos viraram animais Acendendo o lampião quando a energia caiu Olhei pra fora meu medo ressurgiu Não dá pra confiar demais em quem não tem palavra Não honra seus compromissos verdadeira barca furada O mundo gira e eu me perco, não vejo os fios Entre dor e ilusão, o que restou de mim? Será que vale a pena tentar, ou é melhor desistir? Se na cadeira está o que sobrou Espantalho de tristeza me acordou E na noite fria, quando a Lua se esconde O espantalho vigia, sem sonhos, sem onde Com os olhos vazios, ele é tudo que restou Reflexo de um campo que o tempo secou E eu, preso na lembrança, em uma prisão sem fim Vejo o espantalho, que era eu, e não era mais ninguém Ventos cortantes, sem rumo, sem chão Me perco no espelho da minha própria prisão Ele me acorda, me diz que nada mudou Que o mundo gira, mas nada se reergue do pó Fui cobrado pelo erro de confiar em quem não tem Palavras são o vento, e o espantalho permanece além Então, o que vale a pena? Se a dor é o meu guia Eu sou o espantalho, e o espantalho sou eu, em agonia