Me vejo preso nos meus próprios presídios Tentando encontrar alguma certeza Me coloquei eu mesmo na prisão domiciliar escalada e espiritual Sem refúgios ou lugares pra me encantar Mundo sombrio, árvores retorcidas Animais desprovidos de beleza Estética abstrata em relação às almas Olhando a culpa se retorcendo por desespero Na sombra do silêncio, onde o tempo se perdeu Caminho entre lembranças, mas o amor já não é meu Os tempos da saudade sussurram em vão E a ausência tece dor na minha solidão Preso no abismo de trevas, onde a luz nunca chega a brilhar Sigo vagando entre sombras, sem saber como voltar Navego em mares de dúvida, sem direção A bússola quebrada na escuridão Busco a luz que outrora me guiou Perdido em sombras, onde a fé se apagou O tempo não existe mais O limite do sofrimento não existe mais Nem todos que partem conhecem o céu Alguns permanecem nas memórias Entre os sussurros do que foi Não adianta gritar ninguém vai escutar A vertical onde estão os perdidos Fome miséria e dor Doenças espirituais Rituais No umbral entre mundos, onde a luz se esconde em dor Perdido em mil caminhos, não há um fio de amor As sombras sussurram segredos que não posso entender E sigo vagando sozinho, sem saber como esquecer Perdido na eternidade, flutuo no umbral Onde as lembranças se misturam ao silêncio imortal Despojo-me das correntes que a vida me fez carregar Deixo pra trás os remoendo um passado a me atormentar Renovo minha essência, sem a luz que me seduz Remover a vida não virtuosa, pra abraçar a minha cruz Carrego minha cruz até onde consigo Quando não consigo mais só lamento Estar abraçado no pior do astro espiritual Um dia fui humano, hoje sou uma alma abissal Umbral