Saravá Aba! Retinta menina de Daomé Tão singela e singular Seus dons, suas visões o seu destino A levam a vários caminhos Regida por sua avó, Danda A mãe das ervas e possessões Tinha o dom de curar Na gira de entidades, vai descer Peregum e aroeira A velha vai benzer Batuques se calaram O mal prevaleceu Escravizaram o povo meu Antes do barco partir Pro horizonte de Orun Resista filha, dê voz ao povo seu No balanço da calunga Tanto sofrimento e dor Chega em terras tropicais Barbaridades do feitor Clamando justiça, presa na senzala Louva aos seus orixás Atrai Eçaí, Caboclo Flecheiro Que a liberdade trás No batucar do tambor, ao som dos maracás Renasce os meus ancestrais Plantei, neste chão cultural Nossa referência, resistência! O quilombo do amanhã É força e a união de raças desse país Aos pés de um baobá Portella Gguerreira renasce em sua raiz