O grito de "venha boi" perdeu-se na poeira dos tempos... Os fletes já não pisam a baba dos tambeiros pelas estradas polvorentas de saudade Nem um sincero sequer faz contraponto aos rangidos de bastos e relinchos de tropilhas E muitos lombilhos gastos, hoje encilham cavaletes em quartos pobres de vilas, potreiros do nunca mais, pra aonde o bendito progresso apartou os gaúchos de ontem! Garrão de potro sovado de nazarena, Um pala gasto que ajeitou de chiripá Garrucha antiga, companheira da prateada, Alma encordoada rumo às "criollas de allá" Couro ponteado, frente de rastra argentina Pança de burro a recordar um Martín Fierro Que é realidade no banhado do Minuano Rincão pampiano no compasso da cincerro Teu idioma já fundiu resto de estrada Pelas potreadas que te oferta o dia a dia, "Criollo" antigo, desafiando "las tropillas" És Minga Blanco, de Aceguá à Jesús María Reencarnado aquele zaino que enforquilhas Rompeu a soga de um poema de Aureliano, Sonou a venta, trouxe um chasque na crineira No hay fronteras para ser fiel hermano Deixa que venha companheiro essa potrada Índio minuano mete um pealo e senta as garras Tu gineteia, eu fecho um verso campo a fora Enquanto a espora dá o compasso pra guitarra.