Tanta gente, cegamente, vai vivendo sem ao menos sonhar Quantas casas, maltrapilhas, numa esquina alguém me estende a mão Mal se respira, me desanima Dum sonho jovem eu me desapego São tantos rostos, tanto concreto Nada é certo na Cidade do Cão Do outro lado, um paredão E na neblina, o despertar do sol Terras altas, e lá de cima, vejo o mundo como eu nunca vi Um mundo calmo, bem mais bonito Sem mortes ou vícios, além do que já se espera Poucos rostos, pouco concreto Braços abertos na montanha que cerca E na cidade, mal se respira Me desanima e eu me desapego Tantos corpos meio ao concreto Nada é certo da Cidade do Cão