Relembrando os tempos de criança Vejo o bairro onde eu me criei O ranchinho onde eu fui nascido Vejo o rio onde eu me banhei No quintal uma grande paineira Velha amiga que eu sempre estimei Vejo a sombra e sinto saudade A minha mocidade ali muito eu brinquei Sua história não sai da lembrança Vive sempre na imaginação Em meu ombro ela foi carregada E plantada com as minhas mãos Eu tratei com amor e carinho Foi pra mim uma satisfação Quando um dia eu vi no seus galhos Quando se abria o primeiro botão Quando eu completei vinte e um anos Fui juntinho do meu amor De joelho em frente o altar Recebendo a benção do Senhor Quando eu vinha da igreja casado De alegria meus olhos chorou Ao passar embaixo da paineira Os galhos balançaram e cobriu nós de flor Estou no fim da estrada da vida Mas eu peço em minha oração Quando a morte vier me buscar Vou deixar o mundo de ilusão Vou fazer um pedido pra Deus Pra de mim Ele ter compaixão Que a paineira esteja florescida Que é pra suas flor enfeitar meu caixão