Eu não estava aqui em Mil Novecentos e Setenta e Cinco Só por foto eu vi Mil Novecentos e Setenta e Cinco Eu não vivi na província em Mil Novecentos e Setenta e Cinco Que no dia seguinte seria notícia em Mil Novecentos e Setenta e Cinco Mas parece que do ano inteiro resta na memória um dia só E que o curitibano deu bom dia pro vizinho e foi tentar andar de trenó E hoje eu sinto que tudo é tão breve Quanto aquela neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco Tudo seja como deve leve e sucinto Como a neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco Desde criança eu aprendi que pinheiro não emigra, só abre os braços E no mesmo passo a gente cresce tanto como Curitiba Eu só pensava em ir embora, eu ia embora só pensava em voltar Pra vila de um tempo que eu me lembro só de ouvir falar E hoje eu sinto que tudo é tão breve Quanto aquela neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco Tudo seja como deve leve e sucinto Como a neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco Eu nunca vou saber como é ser de outro lugar Primeiro Planalto me parece fundo, fim do mundo Onde o esporte preferido é não gostar Eu lembro eu queria mudar tudo, passava o tempo e vinha o medo de mudar Não duvido se um dia eu for embora e só de birra volta a nevar E hoje eu sinto que tudo é tão breve Quanto aquela neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco Tudo seja como deve leve e sucinto Como a neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco E hoje eu sinto que tudo é tão breve Quanto aquela neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco Tudo seja como deve leve e sucinto Como a neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco E hoje eu sinto que tudo é tão breve Quanto aquela neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco Tudo seja como deve leve e sucinto Como a neve de Mil Novecentos e Setenta e Cinco