Vou me afundar nas letras E subir pras alturas Que quando eu chegar lá, ninguém mais me segura É pura ideologia e nenhum orgulho Por isso que eu falo e faço barulho Por isso que eu luto, por isso que eu tento Sempre seguindo e sempre correndo contra o tempo Sempre tentando e errando E cada erro que eu tenho, nele vou persistindo e batalhando Como uma pedrada na pedra fria Sai lasca que incendeia até uma vila Sempre persisto e corro atrás, até não poder mais Mas quando o poder se acaba eu vejo o que ficou pra trás O tempo não volta mais, e no presente eu recupero o que foi perdido Estudos, amigos, livros, tudo aquilo que um dia foi visto e revisto Muitas vezes, pra seguir em frente, precisa olhar pra cima Ter inspiração e ser tipo a Monaliza Olhar em todo lado, sem ficar despreparado Sempre engatilhado, e com o corpo trancado A mente sempre aberta, pra coisas novas Como uma abertura pro artilheiro na copa Como uma facada que vem pelas costas Da palavra de quem um dia valeu mais que muitas notas O preço pra ser adulto é uma coisa cara Sempre te para, e você repara Que mesmo não tendo mais o tempo de antes Não perde a levada, que fica cravada na sua mente Memória, como uma joia rara Tem dados na mesa, dados bancários Dados de contas e números falsos Homens falados de terno que falam coisas da boca pra fora Nos julgando como escória, difamando o povo pelas suas costas Por isso é um recado, um aviso falado Pra nunca chamar o desconhecido de derrotado A hipocrisia mata mais que uma arma carregada E a palavra ao ser disparada fura mais que uma espada Palavras lançadas como cartas que são enviadas E depois são repassadas como simples cartas Pra pessoas que são simplesmente vagas e claras Tempestuosas e tenebrosas, vivendo a vida de uma forma metafórica Clareando sua tela com o próprio sangue E fazendo do seu mundo o próprio inferno de Dante