Fico presa em mentiras Eu me encaro no espelho Eu não tenho rosto nem medo Não tenho bons pensamentos Eu sofro todos os dias Me sufoco em mim mesmo Eu vomito, eu minto, eu vivo em desespero Mas pela arte eu cresço Eu sangro, eu faço dinheiro Eu luto todos os dias para tentar ser mais sincero Meus seguidores me cobram e eu só envelheço E eu não tenho mais tempo E eu não tenho mais tempo E minha família me diz que eu desperdiço talento E eu só fico em silêncio porque Você sabe como é Você sabe que eu não falo Não nasci para ser sensível Porque se eu falar, eu choro Não indico onde dói Não demonstro, não me exponho E depois da pandemia, se eu não gosto, eu me isolo Não pergunte como estou Não pergunte quem eu sou Eu me alimento aos poucos do que me sobrou Eu me alimento aos poucos do que me sobrou Eu era ótima, era jovem Eu era horrível na escola E eu fui tratada como um erro E eu sofri por ser estranha Eu fui invencível, cantei melhor Eu já fui tão mais talentosa Mas eu não era capaz de ver O que eu enxergo agora Mas pela arte eu cresço Eu sangro, eu faço dinheiro Eu luto todos os dias para tentar ser mais sincero Meus seguidores me cobram e eu só obedeço Eles só gostam do ego Não do meu eu verdadeiro Minha família me ama, mas ás vezes exageram E eu sufoco em silêncio, porque Você sabe como é Você sabe que eu não falo Não nasci para ser sensível Porque se eu falar, eu choro Não indico onde dói Não demonstro, não me exponho E depois da pandemia, se eu não gosto, eu me isolo Não pergunte como estou Não pergunte quem eu sou Eu me alimento aos poucos do que me sobrou